SERÁ QUE SONHAMOS OS SONHOS DE NOSSOS PAIS?
Era uma vez uma mulher que queria construir uma família e, ao mesmo tempo, ser uma cientista.
Tudo começou em 1945, quando eu era um bebê. Certo dia, minha mãe flagrou o meu pai debruçado no meu berço, dizendo: “Alô, alô! Aqui é do Japão. Acaba de chegar a cientista brasileira Mariana da Silva Araújo”.
Arte de Alexandre Buck.
Certamente, o desejo do meu pai direcionou-me para minhas futuras escolhas porque, quando criança, todas as vezes que me perguntavam o que queria ser quando crescer, respondia sem dúvidas que seria médica e cientista.
Família no Rio de Janeiro, em 1948.
Fonte: Acervo da autora.
Como médica, eu pretendia cuidar da saúde das pessoas e salvar vidas; mas como cientista, ainda não sabia bem como seria. Imaginava-me descobrindo alguma coisa muito importante para a humanidade, num laboratório cheio de frascos de várias cores, de onde saíam fumaças coloridas. Esse propósito me acompanhou até a adolescência.
A PRIMEIRA GRANDE FRUSTRAÇÃO
Aos dezesseis anos, no penúltimo ano do Ensino Médio, alguns professores do Instituto de Educação “Canadá” de Santos, onde eu estudava, organizaram uma visita dos alunos ao Instituto Butantã e à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Fiquei muito entusiasmada, sendo uma das primeiras a aderirem à excursão. No entanto, um dos veteranos da Faculdade de Medicina era irmão de uma de nossas colegas e, não querendo que a irmã viesse para São Paulo, resolveu passar um trote nos visitantes. Soubemos, mais tarde, que ele teria combinado com os colegas de deixarem bem expostas as peças mais impactantes do Museu de Anatomia. Fiquei muito impressionada com o que vi e conscientizei-me de que não estava preparada emocionalmente para tal curso.
Durante a viajem de volta a Santos, nem percebi a paisagem que se apresentava da janela do ônibus, pois estava preocupada em como dizer aos meus pais que não queria mais estudar Medicina, apesar de ter sonhado com isso a vida toda. Ao chegar em casa, enchi-me de coragem e falei, deixando-os muito decepcionados; mas, mesmo assim, me apoiariam em todas as minhas decisões. Descartado o curso de Medicina, eu precisaria escolher outra carreira.
A primeira opção seria Biologia, por ser a mais próxima da Medicina; mas, apesar de ter sido boa aluna nessa matéria, eu tinha pavor da Sistemática dos Vegetais, e da Biologia propriamente dita queria distância.
Outra opção, sugerida pelo saudoso professor de Matemática Sylvio Andraus, foi a Química que ele considerava ser a profissão do futuro e disse que eu ficaria muito rica, voltando a Santos em um Cadillac, o carro de luxo da época.
COMO SERIA MORAR SOZINHA EM UMA CIDADE TÃO GRANDE?
A preocupação era geral; minha por ter que sair de casa para viver sozinha em uma cidade grande e dos meus pais, já que não sabiam onde me alojar. Alguns meses antes de fazer o exame vestibular, minha mãe e eu viemos a São Paulo para procurar algum lugar para eu morar. Tínhamos informação de que no bairro de Perdizes havia vários pensionatos de freiras que recebiam estudantes de fora da cidade. Percorremos toda a Rua Cardoso de Almeida e suas imediações e nada. Chegamos em Santos desoladas. Finalmente, uma vizinha nos indicou uma família que poderia me aceitar como pensionista.
Mesmo sem acreditar na possibilidade de ter um Cadillac, consegui ingressar, aos dezoito anos, no curso de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) da USP.
Não foi fácil morar em São Paulo. Eu saia da casa bem cedo e, para chegar na Faculdade às 8:00 h, tinha que enfrentar o tal do ônibus São Judas-Perdizes que estava sempre lotado. Certa vez, fui assediada no ônibus; fiquei aterrorizada e, mesmo com vergonha de gritar por socorro, consegui me afastar do tarado. Minha rotina era passar o dia na Faculdade e, depois do jantar, estudar para manter as matérias em dia. A saudade dos meus pais e irmão era grande.
Consegui uma pequena bolsa de estudos da Prefeitura de Santos e meus pais me davam o que podiam para pagar a pensão, o transporte e as refeições. Lembro-me de que meu sonho naquela época era comer uma coxinha de galinha com suco de laranja; mas o dinheiro era curto e não dava para tais “luxos”.
A FACULDADE
O curso de Química da FFCL funcionava desde1939 em um antigo palacete na Alameda Glete, esquina com a Rua Guaianazes, bem perto da antiga Estação Rodoviária onde eu pegava, todos os sábados, o ônibus para Santos. No quintal do palacete, havia uma figueira enorme, a “Figueira da Glete”, em volta da qual, os alunos se sentavam para conversar nos intervalos das aulas.
O curso era em período integral, com aulas também nas manhãs de sábados. Éramos menos de vinte calouros e muito unidos. Às segundas-feiras, deslocávamo-nos para a Rua Maria Antônia onde eram dadas as aulas de Matemática. No nosso segundo ano, houve o Golpe Militar de 1964 e ficou perigoso andar por lá, pois a nossa Faculdade ficava bem em frente ao Mackenzie, com alunos a favor do Golpe, e confrontos foram inevitáveis.
Finalmente, no nosso quarto ano em 1966, o curso passou a fazer parte do então recém-criado Instituto de Química na Cidade Universitária da USP. Eram doze prédios de dois andares para as Disciplinas dos Departamentos de Química Fundamental e de Bioquímica, além de uma biblioteca, uma lanchonete, um espaço para o Centro Acadêmico e mais um conjunto de anfiteatros em forma de queijo. Foi uma maravilha estudar em amplos prédios recém construídos.
Primeira turma formada no Instituto de Química, USP, em 1966.
Fonte: Acervo da autora.
O velho casarão da Alameda Glete foi demolido e o terreno transformado em estacionamento. Todavia, a “Figueira da Glete”, que testemunhava nossas conversas, conseguiu, com o empenho dos ex-alunos, ser reconhecida como patrimônio ambiental pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo, e lá permanece firme.
Terminado o Bacharelado em Química com Licenciatura e Atribuições Tecnológicas, eu precisaria escolher que rumo tomar. Uma das possibilidades seria trabalhar na Indústria Química, que em nada me atraia. Outra seria como Professora de Química; mas, dar aulas de uma disciplina que não é das mais populares e ter que corrigir um montão de provas em casa, inclusive nos finais de semana, estava totalmente fora de cogitação.
Pensei, então, em fazer Doutorado para ter mais chances com futuros empregos. Pedi ao Prof. Dr. Giuseppe Cilento, Professor Titular da Disciplina de Bioquímica e renomado cientista, a oportunidade de fazer Doutorado em seu laboratório. Fui contemplada com uma bolsa da FAPESP e com o primeiro pagamento pude, enfim, comprar a tal coxinha de galinha com suco de laranja. A fome dos sonhos nunca passa! Foram quatro anos de muito esforço, mas consegui descrever na tese que compostos relacionados aos hormônios da tiroide são capazes de promover a autoxidação direta dos coenzimas piridínicos reduzidos. Além da tese, publicamos três artigos em revistas científicas internacionais.
Capa da tese.
Mariana da Silva Araújo Viel.
Automação de coenzimas piridínicos reduzidos catalizada por 2,6 - Dihalogeno - 4 - Aminofenóis.
Tese de Doutoramento apresentada ao Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da Universidade de São Paulo.
Orientador: Prof. Dr. Giuseppe Cilento.
1970.
Fonte: Acervo da autora.
Durante o Doutorado, consegui uma vaga no Conjunto Residencial da Universidade (CRUSP). Gostava de morar lá! Era um apartamento com mais duas estudantes. Ia a pé para o Instituto de Química e tinha contato com alunos dos diversos cursos da USP. Certa noite de 1968, em plena Ditadura, fiquei apavorada, quando o CRUSP foi invadido pela polícia à procura de “comunistas”. Mesmo sem me envolver e com o maior medo, foi da janela do nosso quarto, que ficava no final do corredor, que saiu uma mangueira para atolar um Brucutu da Polícia que estava estacionado no gramado entre os dois blocos.
Foi no CRUSP que conheci meu futuro marido, Ugo de Souza Viel, aluno da Geologia. Certa vez, estávamos no Largo da Concórdia, aos brados de “Abaixo a Ditadura”; a polícia chegou provocando uma correria geral. Éramos apenas amigos e procuramos abrigo em um taxi que estava passando. Ao nos aproximarmos do bloqueio policial, simulamos um abraço e um beijo, na tentativa de mostrar à polícia que éramos apenas um casal de namorados, que nada tinha a ver com a manifestação. A tática deu certo, pois conseguimos escapar da prisão e o resultado foi nosso casamento em 1970.
INÍCIO DA CARREIRA DE CIENTISTA
Em 4/12/1970, aos 25 anos, defendi minha tese de doutorado; nesse dia, fui convidada pela Profa. Dra. Eline Prado para ser professora na Escola Paulista de Medicina (EPM), atualmente pertencente à Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Interessante como a vida nos prega peças. Você se lembra de que eu não queria ser Professora, de jeito nenhum? Pois é. Acabei aceitando.
Em 1971 comecei a trabalhar no Departamento de Bioquímica da EPM com a Profa. Dra. Eline Prado. Foi um período de muito esforço porque, além das aulas de Química para o curso de Biomedicina, também ministrava, esporadicamente, aulas de Bioquímica para a Biomedicina, Medicina, Enfermagem, Fonoaudiologia e Ortóptica. Esses cursos sofreram diversas remodelações e eu acabei ficando responsável, por muitos anos, pela Química Geral e Analítica do Curso de Biomedicina. As aulas eram às sextas-feiras das 8:00 às 18:00 h; pela manhã ensinava um pouco de teoria e muitos exercícios, e à tarde era a aula prática no laboratório. Tinha o compromisso de nas quintas-feiras, na hora do almoço, em ir ao salão de beleza para arrumar o cabelo e as unhas, porque achava importante estar bem apresentável aos alunos. Eles pareciam gostar das minhas aulas; sendo chamada carinhosamente de “Tia Mari” por várias turmas, bem como homenageada em cerimônias de colação de grau e convidada como Paraninfa dos formandos de 2004. Mesmo tendo que corrigir à noite relatórios e provas em casa, já que durante o dia orientava os alunos do meu grupo de pesquisa, permaneci nessa função, com muito prazer até três anos além da aposentadoria compulsória.
Em relação à pesquisa, no começo, tive que me esforçar muito para acompanhar o grupo do Prof. Leal Prado. O trabalho no laboratório era muito cansativo. Curioso que, na minha casa, eu tinha uma ajudante para lavar a louça; já no laboratório, para obter dados precisos e confiáveis eu fazia questão de lavar a vidraria a ser usada nos experimentos. O grupo de pesquisa tinha como objetivo estudar o Sistema Calicreína-Cininas (SCC). Esse sistema é constituído de várias proteínas que interagem entre si e está associado à coagulação sanguínea, controle da pressão arterial, aumento da permeabilidade vascular, sensação de dor, respostas inflamatórias e várias doenças. Graças a esse estudo, conseguimos publicar doze trabalhos em revistas internacionais e mais um capítulo de um livro. Colaborei com esse grupo até 1988. Eu era citada cientificamente como Araujo-Viel, MS, meu sobrenome de casada.
FORMANDO UMA FAMÍLIA
Estabilizado o sonho profissional, a partir de 1970, comecei com meu marido a formar nossa família. Tivemos três filhas: Tânia, Luciana e Patrícia, todas devidamente programadas para nascerem em dezembro (isso mesmo!), porque em março eu precisaria estar pronta para o início das aulas; a Tânia nasceu em 1972, a Luciana em 1974 e a Patrícia em 1977. Meu marido, como geólogo, passava muito tempo trabalhando fora de São Paulo e eu ficava com o ônus de cuidar das crianças e administrar a casa. Às vezes, era difícil ser mãe e cientista ao mesmo tempo. Por exemplo, eu precisava conciliar uma corrida cromatográfica com solvente contendo piridina (que além de ser tóxica tem um cheiro horrível de peixe podre) com o horário de dar um pulo em casa para amamentar a Luciana. Lembro-me também de uma vez em que fui chamada ao Jardim de Infância, porque a Tânia caíra do escorregador, cortando o queixo, e eu tive que levá-la ao Pronto-Socorro para a devida sutura.
Conforme o experimento que estava fazendo, eu não tinha hora para sair do laboratório. As crianças tinham aulas pela manhã e à tarde ficavam com a babá, brincando ou fazendo as lições sozinhas. Eu só ajudava, à noite, quando recebia um aviso de que uma delas estava com dificuldade. Quando eu ficava sem a babá ou a empregada doméstica, meus pais vinham de Santos para me socorrer por alguns dias. Muitas coisas boas e outras não tão boas aconteceram nesse período, até que em 1989 meu marido e eu resolvemos nos divorciar.
Como mãe, sinto-me realizada, vendo em minhas três filhas as mais elogiáveis qualidades de um ser humano, com sucesso nas profissões que escolheram (Patrícia - Advogada, Luciana - Veterinária e Tânia - Professora Universitária/Cientista). Como filha, cuido da minha mãe com prazer.
Meninas com os avós.
Fonte: Acervo da autora.
Família em 1985
Fonte: Acervo da autora.
Com filhas e mãe
Fonte: Acervo da autora.
COLABORANDO COM OUTRO GRUPO DE PESQUISA
Em 1989, passei a colaborar com o grupo liderado pelo Prof. Dr. Claudio Sampaio, trabalhando com certas proteínas, chamadas de inibidores de proteases, extraídas de sementes de leguminosas. Você se lembra de que eu não quis fazer o Curso de Biologia, porque não queria estudar plantas? Pois é, acabei trabalhando com sementes de leguminosas, o que me proporcionou muitas alegrias, participando de congressos e publicando trabalhos, agora com o nome científico de Araujo, MS, devido ao divórcio.
Em 1990, fui convidada pelo Prof. Claudio para co-orientar o mestrado de um pesquisador da EMBRAPA de Corumbá, MS, Renato Andreotti, que estava interessado em purificar uma proteína do plasma do Caiman crocodillus yacare. A primeira experiência de orientar uma pós-graduação foi um desafio enorme; mas, compensador por me ver capaz de ajudar um mestrando a programar seus experimentos, tirar as conclusões dos resultados e redigir a dissertação.
FORMANDO UM GRUPO DE PESQUISA
Ainda em 1990, iniciei a formação do meu grupo de pesquisa. Continuamos estudando as propriedades das proteínas do plasma de jacaré e sua correlação com o SCC de mamíferos. Até o final de 1994 já havia orientado dez estagiários e a minha primeira grande emoção como orientadora foi ver meu aluno, Wagner Júdice, brilhar na apresentação de sua monografia de conclusão do curso Biomédico. Depois dele, até 2012, mais nove estudantes prepararam suas monografias em nosso laboratório, num total de quase 70 estagiários.
No começo de 1995, afastei-me do laboratório por três meses para um treinamento pós-doutorado com o Prof. Dr. Kazuaki Shimamoto na Sapporo Medical University, em Sapporo, Japão. Lá aprendi a fazer o Radioimunoensaio. Trabalhei muito, mas foi uma experiência indescritível. A cada churrasco que me convidavam, eu levava um tanto de cachaça para fazer caipirinha para todos. Algumas vezes, um pós-graduando era escalado para me levar a um museu, ou fazer um lanche, ou visitar o Festival da Neve, também para treinar seu Inglês. No final do estágio, o Prof. Shimamoto organizou um Seminário com um Jantar no Grande Hotel de Sapporo e fui convidada a apresentar os resultados obtidos durante essa minha estada. Pena que meu pai já havia falecido em 1991! Ele ficaria orgulhoso ao saber que a filha cientista tinha sido anunciada num evento científico no Japão.
No ano de 2000, o Prof. Claudio perguntou se eu estaria interessada em investigar possíveis inibidores de proteases nas sementes de Caesalpinia echinata (pau-brasil) e eu aceitei o desafio. Também nesse ano, minha primeira aluna de mestrado, Viviane Abreu Nunes, apresentou sua Dissertação. Foi outro momento de muito orgulho. Depois, orientei mais dez mestrandos e a cada finalização dos trabalhos eu sentia que tinha escolhido o caminho certo.
Grupo Laboratório 2002 Grupo Laboratório 2005
Fonte: Acervo da autora. Fonte: Acervo da autora.
O Prof. Claudio sempre ajudou muito o nosso grupo, até janeiro de 2005 época de seu falecimento. Sua última participação conosco foi ter orientado a tese de doutorado da Viviane, onde figurei como co-orientadora. Depois, orientei ainda as teses de doutorado da Andrezza Justino Gozzo com final em 2001, Ilana Cruz Silva em 2006 e Priscila Praxedes Garcia em 2008. Também co-orientei a tese da bióloga cubana Yamile González da Universidade de Havana, em 2006, que extraiu inibidores de proteases de organismos marinhos. Posteriormente, supervisionei os treinamentos pós-doutorado da Andrezza e da Yamile. Devo muito a essas cinco doutoras, porque elas me ajudaram a orientar todos os estudantes que passaram por nosso laboratório. Sinto que os alunos usaram muito bem o substrato de orientação que lhes entreguei.
Uma das vertentes do nosso trabalho foi a obtenção de inibidores de proteases de sementes de C. echinata. Obtivemos dois inibidores de proteases: CeKI (C. echinata Kallikrein Inhibitor) e CeEI (C. echinata Elastase Inhibitor). O CeKI foi testado com sucesso em processo biológico normal, como a coagulação sanguínea e em modelos de inflamação pulmonar e de eczema; já o CeEI foi eficiente em modelos de inflamação pulmonar. Outra vertente do trabalho foi estudar a expressão e atividades de algumas proteases em cultura de queratinócitos (um tipo de células da pele) e demonstrar sua presença em doenças eczematosas e na diferenciação de células-tronco de cordão umbilical em queratinócitos.
Em colaboração com os Profs. Drs. Tânia Araujo Viel (filha) e Hudson S. Buck (genro), estudamos a ação de proteases e inibidores na doença de Alzheimer e no envelhecimento. Esse casal também me deu de presente dois lindos netos: Alexandre e Ana Luiza.
Filha, genro e netos.
Fonte: Acervo da autora.
Os resultados dos trabalhos foram apresentados em Congressos Nacionais e Internacionais, com a participação ativa dos alunos; foram também publicados em um capítulo do livro “Pau-brasil: da semente à madeira”, em revistas científicas internacionais, sendo também divulgados em entrevistas para jornais e televisão. E agora, depois de aposentada, ainda não fui passar uns dias na praia; pois continuamos escrevendo manuscritos para futuras publicações. Eita trabalho sem fim!
Bem, essa foi a minha trajetória, onde eu procurei respostas para as minhas incertezas. E você? Acha que seus sonhos podem ser os mesmos dos seus pais? Para você as funções de mãe e de cientista são compatíveis? Você pode ser tudo o que quiser ser?
Finalizando, quero agradecer muito à Profa. Dra. Anna Karenina Azevedo Martins da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, pela gentileza em me convidar para escrever minha biografia, exatamente em 2021 quando completo cinquenta anos de carreira. Inicialmente, tive receio em aceitar, mas, após algumas páginas escritas, achei uma experiência deliciosa, pois me fez recordar das dificuldades superadas e saborear as doces lembranças da trajetória de uma mãe-cientista.










